Conteúdo/ODOC – A mais recente pesquisa Percent, realizada entre os dias 1º e 6 de abril de 2025 com 600 eleitores, revelou que 57,5% dos entrevistados desaprovam a forma como os vereadores têm fiscalizado o Executivo municipal.
A avaliação negativa da Câmara também reflete na percepção geral da população: apenas 18,5% classificaram o desempenho dos parlamentares como ótimo ou bom, enquanto 43,5% consideraram a atuação ruim ou péssima. Os dados integram um estudo mais amplo de avaliação da gestão pública na capital, que também analisou os primeiros 90 dias de administração do prefeito Abílio Brunini (PL).
Entre os principais motivos apontados pelos entrevistados para a reprovação dos vereadores estão a falta de fiscalização das ações do Executivo (33,2%), o aumento de verbas de gabinete e benefícios (35,7%) e a suposta subserviência ao prefeito (25,6%). Há ainda quem tenha se referido ao Legislativo municipal como a “Casa dos Horrores de Cuiabá”, expressão usada por 5,5% dos participantes da pesquisa.
Desde o início da gestão Abílio, os embates com os vereadores se intensificaram, especialmente após o prefeito romper com a base política que o elegeu. Em fevereiro deste ano, a Câmara reprovou o projeto de reforma administrativa enviado por Abílio, em um movimento que foi interpretado como retaliação política após ele cortar cargos comissionados ligados a parlamentares. O presidente da Casa, vereador Chico 2000 (PL), chegou a declarar que o prefeito governa “na base do confronto” e que não dialoga com os parlamentares.
Outro episódio recente foi a convocação de secretários municipais para prestar esclarecimentos em plenário, e a votação relâmpago de projetos polêmicos, como o que aumentou o valor do auxílio-alimentação dos próprios vereadores.

Apesar da rejeição, 29,2% dos entrevistados disseram aprovar a conduta dos vereadores. Entre os que defenderam o trabalho da Câmara, os argumentos mais comuns foram a atuação em bairros, a cobrança por melhorias e a aprovação de leis em benefício da população.
