Para os autores, os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas. Para os autores, os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas – Foto: Pixabay
Publicado no Journal of Geographical Sciences, um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Tribhuvan (Nepal), da Academia Chinesa de Ciências e de outras instituições regionais revela os impactos alarmantes das mudanças climáticas sobre os agricultores de sequeiro em Nepal, Índia e Bangladesh. Com temperaturas em ascensão e padrões de precipitação cada vez mais imprevisíveis, a produção agrícola está em declínio, afetando diretamente comunidades que dependem da terra para sobreviver.
O estudo, liderado pelo professor Prem Sagar Chapagain e pelo Dr. Linshan Liu, envolveu 633 famílias de agricultores nos três países. Através de análises estatísticas e entrevistas em campo, os pesquisadores identificaram os principais fatores que moldam a capacidade de adaptação (CA) dos pequenos produtores rurais. Em Nepal, destacaram-se o tamanho das propriedades, o acesso a capacitações técnicas e o uso de sementes melhoradas. Já na Índia, seguros agrícolas e a flexibilidade no calendário de plantio foram fatores-chave. Em Bangladesh, o acesso a instituições financeiras, apoio comunitário e previsões climáticas confiáveis mostraram-se cruciais.
Apesar das particularidades locais, barreiras comuns foram detectadas: acesso limitado a informações meteorológicas confiáveis, infraestrutura precária e baixa participação em programas de capacitação. Quase 90% dos agricultores em Bangladesh e Nepal relataram impactos negativos do clima, mas poucos tinham recursos para reagir adequadamente. Famílias com fontes alternativas de renda ou que recebiam remessas do exterior mostraram maior resiliência, evidenciando o papel central da segurança financeira.
Para os autores, os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades locais. Segundo o professor Chapagain, “adaptação não diz respeito apenas aos recursos disponíveis, mas também às redes sociais e aos sistemas de apoio que permitem seu uso efetivo”.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 08/05/2025 às 07:06h