Já a China enfrenta perdas devido ao clima quente e seco – Foto: Canva
Delegados da Conferência de Grãos do Conselho Internacional de Grãos (IGC), em Londres, receberam boas notícias sobre a safra global de trigo e o desempenho dos exportadores de soja dos EUA, além de discutir biocombustíveis e leguminosas. As informações foram apresentadas por especialistas nos dias 10 e 11 de junho.
Isabelle Tranter, meteorologista da Aura Commodities Ltd., destacou a safra europeia de trigo em 2024, beneficiada por períodos secos e aumento da área plantada em países como França, Alemanha e Reino Unido. A produção europeia deve chegar a 140 milhões de toneladas, com algumas preocupações localizadas na França e Polônia. Rússia e Ucrânia devem manter a produção estável, enquanto nos EUA a safra de trigo de inverno deve crescer cerca de 1 milhão de toneladas, apesar do impacto do La Niña. Já a China enfrenta perdas devido ao clima quente e seco.
Rosalind Leeck, do Conselho de Exportação de Soja dos EUA, ressaltou que a China permanece o maior mercado, apesar da queda na participação americana após a guerra comercial de 2017. Para compensar, os EUA ampliaram mercados na Europa, Norte da África, Sudeste Asiático e México. A regulamentação ambiental da UE pode favorecer a soja americana no bloco.
Sudhakar Tomar, da Aliança Agrícola Índia-Oriente Médio, destacou que a produção mundial de leguminosas dobrou desde 1980, mas o déficit na UE segue aumentando. Milan Shah, da Global Pulses Confederation, ressaltou a importância do comércio internacional aberto para equilibrar oferta e demanda.
No setor de etanol, Doug Berven, da POET, ressaltou o crescimento nos EUA, enquanto David Carpintero, da ePURE, alertou para o risco do acordo comercial Reino Unido-EUA, que pode encerrar a produção britânica de etanol ao zerar tarifas para o produto americano.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 17/06/2025 às 07:00h.