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CUIABÁ- MT: Com atrasos e alto custo, cenário para o BRT é desolador

O andamento das obras do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá tem gerado preocupação. Especialistas ouvidos por A Gazeta apontam atrasos e aumento de custos como possíveis desdobramentos. Com apenas 20% das obras concluídas, segunda Secretaria de infraestrutura e Logística (Sinfra-MT), o prazo de vigência prorrogado para fevereiro de 2026, sendo a execução prevista para novembro de 2025, está bem ousado.

Luiz Miguel de Miranda, professor aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com doutorado em Engenharia de Transportes, destacou que os dados revelam desafios complexos, principalmente nos trechos da região da Prainha e da Avenida Fernando Corrêa. “Os prazos aditados mostram que dificilmente a empreiteira conseguirá entregar as obras em 2025. E, para cumprir o cronograma até 2026, os custos terão de ser elevados, considerando a complexidade da execução”, avaliou.

A falta de planejamento adequado é uma das razões apontadas para os atrasos. O professor acredita que as obras em Cuiabá sofrem com problemas no projeto executivo e no planejamento. Obras iniciadas sem projetos completos enfrentam obstáculos significativos, que geram atrasos e aumentam os custos, reforçou.

As ponderações de Jean Carlos Pejo, ex-secretário da Secretaria Nacional de Mobilidade e Serviços Urbanos e secretário-geral da Associação Latino-Americana de Ferrovias (ALAF), corroboram às críticas. Ele ressalta que obras desse porte precisam ser fechadas com gerenciamento rigoroso e orçamentos bem definidos para evitar imprevistos. “Se faltar recurso financeiro, o modelo fast track (de acelerar o processo das obras), que visa abreviar etapas, não funciona. Além disso, obras sem projetos detalhados têm maior probabilidade de encontrar problemas no caminho”, afirmou.

Paralelos com Goiânia: erros que não podem ser repetidos

A reportagem de A Gazeta traçou um paralelo do BRT cuiabano com o modal implantado na capital de Goiás. Em Goiânia, as obras foram iniciadas em 2015 e, precisou de quase uma década para sua conclusão no ano passado. A professora Maria Ester de Souza, ex-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO), atribuiu boa parte dos atrasos à falta de um projeto sólido antes do início das obras.

“Quando uma obra começa sem projeto, não tem como dar certo. É como avanço no escuro, sem saber quais problemas serão enfrentados”, criticou Maria Ester em entrevista à Gazeta. Segundo ela, o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), que permite o início de obras públicas sem um projeto básico, é um dos principais problemas por situações como essa. “Esse modelo permite que o projeto seja elaborado ao longo da execução, mas isso gera improvisos e atrasos inevitáveis”, afirma.

As obras do BRT de Goiânia foram inicialmente orçadas em R$ 242 milhões, mas ultrapassaram R$ 300 milhões com aditivos, chegando perto de R$ 1 bilhão ao incluir a verba federal. Segundo Maria Ester, se o tempo gasto nos ajustes ao longo dos anos tivesse sido investido em um planejamento robusto, a obra poderia ter sido concluída em menos tempo. “Se quisermos dedicar cinco anos ao projeto, poderíamos ter feito a execução em um ou dois anos”, explica.

Complexidades que desativam a atenção

Além da falta de planejamento inicial, outros fatores prejudicam os atrasos no BRT em Cuiabá. Problemas como desapropriações, necessidade de obras de orientação e ajustes no projeto executivo são alguns dos desafios considerados pelos especialistas. Apesar disso, a Sinfra atribuiu parte do atraso às ações judiciais promovidas pela Prefeitura de Cuiabá, que buscaram barrar a obra no início.

Para evitar que o BRT de Cuiabá siga o mesmo caminho de Goiânia, os especialistas destacam a importância de um gerenciamento eficiente e do cumprimento rigoroso dos cronogramas. “Sem planejamento detalhado, recursos controlados e gerenciamento competente, essas obras correm o risco de se tornar eterno”, alerta Jean Carlos Pejo.

“A experiência de Goiânia serve de lição para Cuiabá: a execução de obras públicas de grande porte, sem um projeto sólido e planejamento detalhado, pode levar a atrasos significativos e custos muito superiores ao previsto, gerando frustrações tanto para os gestores quanto para a população”, aconselhou a professora goiana.

Redação Ulisses Lalio e foto Luis Leite

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