Conteúdo/ODOC – Mãe de Douglas Gonçalves de Oliveira, morto em confronto com policiais militares da Força Tática na madrugada desta quinta-feira (30), em Cuiabá, usou as redes sociais para expressar sua dor e indignação, questionando a versão divulgada pelas autoridades sobre o ocorrido e pedindo Justiça para o filho.
O confronto ocorreu na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, a Avenida do CPA. Outro suspeito, Marcos Vinicius da Silva Faria, de 24 anos, também foi morto na ação. O pai de Douglas foi preso.
Em um desabafo emocionado, Marinete Cardoso negou que o filho estaria armado e que portava uma submetralhadora dentro do carro, versão sustentada pela Polícia Militar. Segundo ela, Douglas não teve tempo nem de sair do banco do veículo.
“Todo mundo já sabia que a notícia sairia como confronto. Quem viu as fotos do meu filho sabe que ele não teve reação nem de sair do banco”, declarou.
Marinete afirmou Douglas nunca teve passagens pela polícia, ao contrário do que está sendo noticiado. Segundo a Polícia Militar, Douglas possuía diversas passagens por tráfico e uso de drogas e era considerado uma das lideranças de uma facção criminosa. Ele também era investigado por dar suporte e apoio na fuga de Raffael Amorim de Brito, assassino do sargento da Polícia Militar Odenil Alves Pedroso.
“Falam que ele tem várias passagens. Eu quero que provem. Meu filho nunca foi preso. Na mão da polícia, todo mundo vira bandido”, desabafou Marinete.
A mãe de Douglas também lembrou de outras mães que perderam seus filhos em situações semelhantes e ressaltou a falta de amparo das autoridades. “Muitas mães choram hoje a perda de seus filhos, e o Ministério Público, os Direitos Humanos, ninguém procura saber dessas famílias”, lamentou.
Marinete cobrou uso do de câmeras na farda afirmando que o equipamento poderia evitar situações como essa e impedir execuções sem provas. “Se essa câmera fosse colocada na polícia, nós não estaríamos hoje passando por essa situação. A câmera é fundamental para que a verdade seja mostrada”, afirmou.
Por fim, Marinete pediu orações e energias positivas para enfrentar o luto e a luta por justiça, declarando que não irá se calar.
“Se eu amanhecer morta, se algo acontecer com a minha família, já sabem o que aconteceu”, alertou. Meu filho era tudo para mim. Ele tinha sonhos, assim como muitos jovens que têm suas vidas ceifadas. Eu peço muita força a Deus para vencer essa batalha que começa hoje, e eu não vou me calar”, encerrou.
O confronto
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais da Força Tática receberam informações sobre um grupo de faccionados que estaria transitando pela avenida Historiador Rubens de Mendonça com armas de fogo. Segundo as denúncias, os criminosos estariam em uma caminhonete S10 branca.
Os militares iniciaram patrulhamento e conseguiram localizar o veículo na região do Centro Político Administrativo.
Ao darem ordens de parada e iniciarem a abordagem, os policiais foram recebidos com tiros vindos de dentro da caminhonete, que chegaram a atingir a viatura da equipe militar.
Os policiais revidaram a ação e efetuaram disparos contra os criminosos, que foram atingidos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou a morte dos dois suspeitos. Com eles, foram apreendidas uma submetralhadora e um revólver de calibre .32.
