O Brasil deixou de ser importador e se tornou exportador. “O Brasil é uma das poucas potências agrícolas capazes de realizar duas a três safras na mesma área” – Foto: AgrolinkFito
O Brasil tem se consolidado como parceiro estratégico da China no agronegócio, impulsionado por investimentos em inovação e pelas soluções da Bayer. A crescente demanda chinesa por alimentos tem reforçado a colaboração entre os dois países, com foco na segurança alimentar e na sustentabilidade. O uso de biotecnologia e outras práticas modernas vêm transformando o campo brasileiro, permitindo safras múltiplas e mais resistentes em um ambiente tropical desafiador.
“O Brasil é uma das poucas potências agrícolas capazes de realizar duas a três safras na mesma área de forma sustentável, mesmo enfrentando uma pressão de pragas e doenças maior que em países de clima temperado. Novas soluções de biotecnologia são cruciais para manter a agricultura brasileira pujante e como um dos principais fornecedores de alimentos no cenário mundial”, afirma Francila Calica, líder de relações institucionais, ciência e sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer para a América Latina.
Em 2024, a Bayer destinou globalmente mais de 2,6 bilhões de euros em Pesquisa & Desenvolvimento, priorizando o desenvolvimento de sementes, biotecnologias, ferramentas de proteção de cultivos e soluções digitais. Muitas dessas tecnologias já têm impacto direto na agricultura nacional, fortalecendo a capacidade do Brasil de atender mercados estratégicos como o asiático.
“Graças à adoção de novas tecnologias, o Brasil deixou de ser importador e se tornou exportador e um dos principais líderes na produção mundial de alimentos”, diz Geraldo Berger, vice-presidente de assuntos regulatórios da Bayer para a América Latina. “No entanto, devido às características do ambiente tropical, existe um maior número de gerações de pragas, plantas daninhas e doenças, o que implica na necessidade de proteção dos cultivos e da utilização de diferentes táticas de controle e de um programa de manejo de resistência”, completa
Durante encontros em Pequim, representantes dos dois países discutiram soluções sustentáveis para garantir a segurança alimentar da população chinesa, que deve ultrapassar 1,4 bilhão até 2030. Soja, milho e carne bovina continuam entre os principais produtos exportados pelo Brasil, evidenciando o papel crucial do agronegócio brasileiro na cadeia global de abastecimento.
“Atualmente, o lançamento comercial no Brasil de uma planta desenvolvida pela biotecnologia só ocorre após as aprovações pelas agências regulatórias de países importadores, principalmente a China, que tem uma média de aprovação de aproximadamente 5 anos após a liberação comercial no Brasil”, indica o vice-presidente
Apesar do avanço tecnológico, entraves regulatórios ainda limitam a adoção rápida de novas biotecnologias no Brasil. A cooperação bilateral é vista como essencial para acelerar aprovações e permitir que soluções como as novas variedades de soja e milho cheguem mais rapidamente ao campo, garantindo produtividade e sustentabilidade ao produtor rural.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 14/05/2025 às 13:40h.