Foto: Porto de Shanghai.
A reação do mercado deve ser imediata. A China anunciou tarifas retaliatórias de 15% sobre diversos produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo trigo, milho, soja, carne bovina e suína, conforme informações da TF Agroeconômica. A medida pode derrubar ainda mais as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) e aumentar a demanda por esses produtos no Brasil, elevando os prêmios de exportação. A decisão impacta cerca de US$ 21 bilhões em exportações agrícolas e alimentícias dos EUA, aprofundando as tensões comerciais entre as duas potências econômicas.
Esse novo pacote de tarifas reforça a escalada da disputa iniciada por Donald Trump. Em fevereiro, Pequim já havia imposto taxas sobre carvão (15%), gás natural liquefeito (GNL) (15%), petróleo bruto (10%), máquinas agrícolas e alguns automóveis. Agora, ao incluir alimentos e commodities agrícolas na lista, a China amplia a pressão sobre setores estratégicos da economia norte-americana.
A reação do mercado deve ser imediata. Os contratos futuros de commodities como soja, milho e trigo tendem a registrar novas quedas em Chicago, enquanto o Brasil se posiciona como alternativa para suprir parte da demanda chinesa. Com os EUA perdendo competitividade, os prêmios pagos aos exportadores brasileiros podem subir, beneficiando produtores e tradings no país.
Além disso, a China anunciou novas medidas contra os EUA, incluindo a investigação de produtores de fibra óptica por evasão de tarifas antidumping e a suspensão de licenças de importação de três exportadores norte-americanos, além de interromper embarques de madeira serrada. Pequim também adicionou 15 empresas dos EUA à lista de controle de exportação, proibindo a venda de tecnologias de uso duplo, e incluiu 10 empresas na Lista de Entidades Não Confiáveis, em resposta à venda de armas para Taiwan, território que a China reivindica.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 04/03/2025 às 11:16h.