Expectativa de alta produção do grão, principalmente no Centro-Oeste. Foto: Divulgação
Segundo a análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) referente a semana de (02/05 a 08/05), publicada na quinta-feira (08), a aproximação da colheita da segunda safra de milho (safrinha) e a expectativa de alta produção, principalmente no Centro-Oeste, têm influenciado na retração dos preços do grão no mercado brasileiro.“As boas perspectivas de produção seguem puxando os preços para baixo”, informou.
A Agrinvest lembrou que, somente em abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas–SP) acumulou queda de 8,6%. Diante disso, a consultoria StoneX elevou sua estimativa para a produção total de milho no Brasil em 2024/25 para 132,4 milhões de toneladas. A safrinha representa a maior parte, com previsão de 104,3 milhões de toneladas, enquanto a safra de verão alcançou 25,9 milhões, e a terceira safra deve somar pouco mais de 2 milhões.
No Mato Grosso do Sul, estudo da Aprosoja detalhou os custos da segunda safra de milho. De acordo com o levantamento, o custo total para produzir um hectare em sistema solteiro ultrapassou R$ 4.700, valor que equivale a 89,5 sacas por hectare. “Os cálculos foram feitos com base em uma produtividade média estimada de 81 sacas por hectare e um preço médio de R$ 50,00 por saca”, informou a entidade.
Os fertilizantes representaram 41,8% dos custos, o equivalente a 24,2 sacas por hectare, seguidos por sementes (27,3%) e inseticidas (9,8%). O estudo também considerou despesas administrativas, assistência técnica, transporte, juros e depreciação de maquinário. Quando o milho é cultivado em rotação com a soja, o custo por hectare cai para R$ 3.278,83, ou 65,6 sacas. Mesmo assim, fertilizantes e sementes continuam respondendo por cerca de 70% dos custos.
“A cada safra que passa as margens de lucro estão cada vez mais reduzidas, exigindo do produtor uma capacidade de planejamento, gestão e tomada de decisões muito eficientes”, concluiu o estudo. Segundo a Aprosoja-MS, “o milho, em rotação com a soja, é mais vantajoso economicamente. Neste modelo, o lucro é de 15,4 sacas, enquanto no sistema solteiro o custo ultrapassa a produtividade média”.
Essa realidade é observada em todas as regiões produtoras, tanto na primeira quanto na segunda safra, com variações conforme as condições regionais.
Enquanto a iniciativa privada projeta uma safra nacional entre 132 e 135 milhões de toneladas, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) elevou em 3,9% sua previsão para o estado, alcançando 48,9 milhões de toneladas, com produtividade estimada em 114,5 sacas por hectare.
O desenvolvimento das lavouras da segunda safra avança. Segundo a Conab, até o dia 4 de maio, 1% das áreas estava em fase de maturação, 44,3% em enchimento de grãos, 43,6% em floração e 11% em desenvolvimento vegetativo. A maioria das lavouras do Mato Grosso apresenta boas condições. No Paraná, porém, a redução das chuvas afeta o potencial produtivo. Segundo o Deral, 62% das lavouras estão em boas condições, 24% em situação média e 14% em condições ruins.
A colheita da safra de verão chegou a 73,3% da área cultivada, número superior à média histórica de 71,4% para o período.
No comércio exterior, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que os embarques de milho em abril totalizaram 178.347 toneladas, o que representa aumento de 170% em relação ao mesmo mês de 2024. O resultado foi influenciado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Em contrapartida, o preço médio da tonelada exportada caiu 23,8%, ficando em US$ 274,30
Agrolink – Seane Lennon
Publicado em 12/05/2025 às 11:46h.