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Fila nos portos: café brasileiro enfrenta até 40 dias de atraso para embarque

Crise logística afeta exportação de café. Foto: Pixabay

Os gargalos logísticos nos portos brasileiros continuam impactando a exportação de café, gerando perdas expressivas ao setor. De acordo com dados informados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em janeiro de 2025, 672.113 sacas de 60 kg do produto – o equivalente a 2.037 contêineres – ficaram paradas nos portos devido a atrasos e mudanças frequentes nas escalas dos navios, além de rolagens de cargas recorrentes.

A situação tem resultado em prejuízos financeiros significativos para os exportadores. Somente no primeiro mês do ano, as perdas chegaram a R$ 6,134 milhões. No acumulado dos últimos oito meses, entre junho de 2024 e janeiro de 2025, os custos adicionais com armazenagem, detentions, pré-stacking e antecipação de gates somam R$ 57,7 milhões.

Impacto na receita e desafios do setor

Com um preço médio Free on Board (FOB) de US$ 336,33 por saca de café verde e um dólar cotado a R$ 6,0212 em janeiro, as cargas não embarcadas resultaram em uma perda de receita estimada em US$ 226,05 milhões, o que equivale a R$ 1,361 bilhão. Esse cenário afeta diretamente o repasse de ganhos aos produtores.

Apesar das dificuldades, houve um avanço nos embarques represados. Segundo o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, das 1,8 milhão de sacas que estavam paradas nos portos até dezembro de 2024, cerca de 1,2 milhão foram finalmente exportadas em janeiro. Isso contribuiu para um volume total de 3,9 milhões de sacas embarcadas no mês.

“O café que estava parado nos portos está sendo escoado aos poucos devido ao período de entressafra e à oferta reduzida. No entanto, nossos associados relatam que, mesmo com essa leve melhora, os desafios logísticos persistem, com custos extras elevados e imprevisíveis”, explica Heron. Ele destaca ainda que, embora investimentos estejam sendo anunciados para melhorar a infraestrutura portuária, os impactos dessas medidas serão percebidos apenas no longo prazo. “O agronegócio precisa de soluções urgentes para evitar prejuízos ainda maiores”, alerta.

Portos sobrecarregados e atrasos recordes

Segundo o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 67% dos navios que operaram nos principais portos brasileiros em janeiro de 2025 enfrentaram atrasos ou mudanças de escala. No Porto de Santos (SP), principal hub de exportação de café, a situação foi ainda mais crítica: 77% das embarcações registraram atrasos ou alterações nas escalas, impactando 122 dos 158 porta-contêineres.

O tempo de espera mais longo foi de 40 dias, também no Porto de Santos, que concentrou 75,3% dos embarques de café no mês. Além disso, 40 navios nem sequer tiveram abertura de gate para carga em janeiro.

No complexo portuário do Rio de Janeiro, que respondeu por 21% dos embarques, os atrasos atingiram 70% das operações, com navios aguardando até 35 dias entre o primeiro e o último deadline.

Agrolink – Aline Merladete
Publicado em 24/02/2025 às 13:35h.

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