Entre os efeitos fisiológicos desses herbicidas está a indução da produção de etileno.Entre os efeitos fisiológicos desses herbicidas está a indução da produção de etileno – Foto: Freepik
Segundo o professor e pesquisador Kassio Mendes, os herbicidas mimetizadores das auxinas, também chamados de auxinas sintéticas, pertencem ao grupo O da classificação HRAC (ou grupo 4 da WSSA) e são amplamente utilizados no controle de plantas daninhas de folhas largas. Aplicados geralmente em pós-emergência, esses produtos simulam a ação das auxinas naturais, como o ácido indol-3-acético (IAA), e provocam uma série de alterações fisiológicas que levam à morte da planta.
As auxinas naturais são hormônios vegetais responsáveis pelo crescimento e alongamento celular, além de processos como a dominância apical e diferenciação floral. Ao imitarem essas substâncias, os herbicidas causam um crescimento desorganizado nas plantas-alvo, gerando sintomas visíveis como epinastia (curvamento anormal das folhas), retorcimento do caule e engrossamento de gemas terminais. Em poucos dias ou semanas, a planta afetada entra em colapso fisiológico e morre.
Entre os efeitos fisiológicos mais profundos desses herbicidas está a indução da produção de etileno — um gás que agrava os sintomas epinásticos — e o aumento da síntese de ácido abscísico (ABA). Este último leva ao fechamento estomático, reduzindo a assimilação de CO2 e provocando o acúmulo de espécies reativas de oxigênio (EROs), o que acelera a senescência e morte celular.
As principais formulações comerciais desses compostos incluem os ácidos fenóxicarboxílicos (como o 2,4-D), benzoicos (dicamba), quinolinocarboxílicos (quinclorac), pirimidinecarboxílicos (aminocyclopyrachlor) e piridinecarboxílicos (picloram). “Este mecanismo de ação de herbicidas é um dos mais importantes em todo o mundo, sendo extensivamente utilizado em culturas de arroz, milho, trigo e cana-de-açúcar e em pastagens”, conclui.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 15/05/2025 às 06:57h.