O mercado global pode sentir um impacto significativo nos preços – Foto: Divulgação
A Índia, maior exportadora mundial de arroz, anunciou a liberação das exportações de arroz quebrado para reduzir seus estoques internos recordes, que chegaram a 67,6 milhões de toneladas em fevereiro—quase nove vezes acima da meta governamental de 7,6 milhões de toneladas. A informação foi compartilhada por Bruno Scolmeister Faneze, especialista em Supply Chain no mercado de arroz e diretor de vendas na Engenho AM, no LinkedIn.
Com a retomada da oferta indiana, o mercado global pode sentir um impacto significativo nos preços, principalmente nos países que dependem desse tipo de arroz, como a China e diversas nações africanas. A restrição imposta pela Índia anteriormente visava proteger o abastecimento interno e conter a inflação dos alimentos, mas agora, ao voltar a exportar, o país retoma sua posição de liderança no comércio mundial do grão.
Para o Brasil, essa movimentação representa um desafio, pois os exportadores nacionais de arroz quebrado terão que enfrentar uma concorrência mais acirrada. Tradicionalmente, a Índia domina esse segmento com preços altamente competitivos, o que pode limitar as oportunidades de crescimento das exportações brasileiras.
No entanto, a demanda global por arroz continua forte, e a diversificação de mercados pode ser uma alternativa para os produtores brasileiros mitigarem os efeitos da concorrência indiana. O cenário seguirá dinâmico, exigindo atenção redobrada dos agentes do setor para ajustar estratégias de exportação e precificação. “Exportadores brasileiros podem enfrentar mais concorrência, já que a Índia tradicionalmente domina o mercado de arroz quebrado com preços mais competitivos”, conclui.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 11/03/2025 às 06:34h.
