A pressão baixista também veio das perdas em outras commodities – Foto: Agrolink
A soja voltou a fechar em baixa na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira, pressionada pelo avanço da colheita no Brasil e pela melhora nas condições climáticas na Argentina, conforme análise da TF Agroeconômica. O contrato de março, referência para a safra brasileira, recuou 0,17%, ou 1,75 cent/bushel, para US$ 1022,75. Já o vencimento de maio caiu 0,38%, ou 4,00 cent/bushel, a US$ 1037,25. O farelo de soja para março perdeu 0,89%, cotado a US$ 290,9/ton curta, enquanto o óleo de soja fechou em baixa de 0,49%, a US$ 44,75/libra-peso.
A pressão baixista também veio das perdas em outras commodities do complexo de grãos, impactadas pelas incertezas sobre tarifas comerciais nos EUA, que voltaram ao radar do mercado. Além disso, no primeiro dia do Fórum Anual do USDA, foi projetada uma área menor de plantio de soja para a safra 2025/26, devido à forte concorrência da América do Sul, embora a produção deva permanecer praticamente estável.
Outro fator negativo para os preços foi a queda do óleo de soja, que inicialmente sustentava a oleaginosa, mas reverteu sua tendência devido às turbulências tarifárias envolvendo China e União Europeia. A posição de maio recuou US$ 5,29, fechando a US$ 999,78. Essas incertezas comerciais afetaram a demanda por soja e seus derivados, intensificando o movimento de baixa.
No Brasil, dois fatores ampliaram a pressão sobre os preços: o ritmo acelerado da colheita e a desvalorização do real frente ao dólar. Com o câmbio mais favorável às exportações, os produtores aproveitaram para vender seus grãos, ampliando a oferta no mercado internacional e pressionando ainda mais as cotações da oleaginosa.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 28/02/2025 às 08:03h.
