80% dos fertilizantes minerais utilizados atualmente no país são importados – Foto: Seane Lennon
Um estudo realizado pelo Instituto Senai de Inovação revela que a substituição de Fertilizantes minerais por bioinsumos em gramíneas, como milho e trigo, pode representar uma economia ambiental e financeira significativa para o Brasil. Segundo o levantamento, essa transição pode evitar a emissão de até 18 milhões de toneladas de CO2 anualmente, contribuindo para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Além disso, o uso de bioinsumos pode gerar uma economia estimada em US$ 5,1 bilhões por ano para o setor agrícola.
O estudo ressalta que cerca de 80% dos fertilizantes minerais utilizados atualmente no país são importados, o que torna os custos de produção mais elevados e o setor mais vulnerável a oscilações no mercado internacional. Nesse contexto, os bioinsumos surgem como uma alternativa viável e estratégica, especialmente aqueles formulados com a bactéria Azospirillum brasilense, já utilizada em aproximadamente 63% das lavouras que adotam insumos biológicos.
Além da economia direta, a adoção de bioinsumos tem impacto positivo na sustentabilidade da produção agrícola. A pesquisa destaca que o uso desses produtos reduz consideravelmente as emissões de óxido nitroso, um gás com potencial de aquecimento global quase 300 vezes maior que o CO2. Isso se alinha a práticas agrícolas regenerativas e ao avanço de um modelo de produção mais resiliente e de baixo carbono.
Por fim, o estudo do Instituto Senai de Inovação reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a ampliação do uso de bioinsumos no Brasil. Com investimentos adequados em pesquisa, desenvolvimento e regulação, o país pode se consolidar como líder mundial em tecnologias sustentáveis aplicadas à agricultura, gerando ganhos econômicos, ambientais e sociais de longo prazo.
Agrolink – Leonardo Gottems
Publicado em 14/04/2025 às 06:56h.