Tomate e ovos lideram altas.Foto: Pixabay
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,64% em março, ficando 0,59 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, que foi de 1,23%. O IPCA-E, indicador que representa o IPCA-15 acumulado trimestralmente, atingiu 1,99%, superando a taxa de 1,46% registrada no mesmo período de 2024. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 5,26%, acima dos 4,96% observados no período anterior. Em março de 2024, a taxa foi de 0,36%.
De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram variação positiva em março. O maior impacto veio do grupo Alimentação e Bebidas, que avançou 1,09% e contribuiu com 0,24 ponto percentual no índice geral. Em seguida, o grupo Transportes registrou alta de 0,92%, representando impacto de 0,19 ponto percentual. Juntos, esses dois segmentos foram responsáveis por cerca de dois terços do índice do mês. Outras variações foram registradas entre 0,03%, em Artigos de Residência, e 0,81%, em Despesas Pessoais.
A alimentação no domicílio apresentou aceleração, passando de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março, impulsionada pelas altas no preço do ovo de galinha (19,44%), do tomate (12,57%), do café moído (8,53%) e das frutas (1,96%). Já a alimentação fora do domicílio registrou avanço de 0,66%, acima dos 0,56% observados no mês anterior, com destaque para a refeição, que passou de 0,43% para 0,62%. O lanche, por outro lado, desacelerou de 0,77% para 0,68%.
No grupo Transportes, o destaque foi a alta de 1,88% nos combustíveis, com aumentos nos preços do óleo diesel (2,77%), do etanol (2,17%), da gasolina (1,83%) e do gás veicular (0,08%). O preço das passagens de trem subiu 1,90%, refletindo o reajuste de 7,04% nas tarifas no Rio de Janeiro, vigente desde 2 de fevereiro. As passagens de ônibus intermunicipais também sofreram reajustes, com aumento médio de 14% em Porto Alegre, impactando o índice em 4,99%.
O grupo Despesas Pessoais avançou 0,81%, influenciado pela alta nos preços de ingressos para cinema, teatro e concertos, que subiram 7,42% após o encerramento da promoção da Semana do Cinema em fevereiro. Já no grupo Habitação, houve desaceleração de 4,34% em fevereiro para 0,37% em março, reflexo da energia elétrica residencial, que subiu 0,43%, considerando o reajuste de 1,37% em uma concessionária do Rio de Janeiro. No entanto, a redução na alíquota do PIS/COFINS resultou em queda de preços nessa localidade (-0,12%). O gás encanado recuou 0,51%, refletindo cortes tarifários no Rio de Janeiro (-0,92%) e em Curitiba (-1,79%), aplicados a partir de 1º de fevereiro.
Regionalmente, todas as áreas analisadas apresentaram alta no mês. Curitiba registrou a maior variação, com aumento de 1,12%, impulsionado pelas elevações nos preços da gasolina (7,06%) e do etanol (6,16%). Já Fortaleza teve a menor variação, de 0,34%, devido à redução nos preços da energia elétrica residencial (-1,69%) e da gasolina (-0,90%).
Os dados foram levantados entre 13 de fevereiro e 17 de março de 2025 e comparados aos preços vigentes entre 15 de janeiro e 12 de fevereiro do mesmo ano. O IPCA-15 considera famílias com renda entre 1 e 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia segue os mesmos critérios do IPCA, diferenciando-se apenas pelo período de coleta dos preços e pela abrangência geográfica.
Agrolink – Aline Merladete
Publicado em 28/03/2025 às 14:34h.