É preciso enxergar a educação como investimento.Por Flávia Macedo
O município de Campinas, no interior de São Paulo, foi palco para mais uma edição do “ONE AGRO”, realizado pela Syngenta com apoio do Itaú BBA. O evento deste ano foi focado em inovação, tema que já faz parte do DNA da empresa, além de educação no agronegócio.
Para o presidente de cultivos e proteção da Syngenta Brasil, André Savino, o momento do agronegócio brasileiro pede que a educação seja prioridade. Com mais tecnologias e recursos, capacitação e conscientização vão fazer a diferença para o futuro da produção de alimentos.
“Nosso papel é entender como a gente coloca todo mundo dentro da mesma sala, seja empresa privada, produtor rural, técnicos e autoridades, para debater uma agenda positiva e com isso fazer o agro cada vez mais profissional, mais inclusivo e mais comunicativo”, ressaltou.
O presidente global de cultivos e proteção da Syngenta, Steve Hawkins, acredita que é preciso enxergar a educação como investimento e não como gasto.
“Eu acho que a tecnologia está ocupando espaço e mudando o papel da educação. O que nós percebemos recentemente com alunos que estão no campo é que, além de aprender, eles querem estar juntos com outros colegas. O relacionamento é um aspecto importante do aprendizado, ele exerce o papel de entregar conhecimento”.
ONE AGRO debate o futuro da educação no agronegócio
O evento que começou com uma coletiva de imprensa para jornalistas do setor, seguiu com a palestra “Educação como o motor do agronegócio do futuro”, com Leticia Jacintho, presidente da Associação De Olho no Material Escolar (DONME).
O DONME surgiu em 2021 através de um movimento da sociedade civil com o objetivo de revisar conteúdos sobre o agronegócio em livros didáticos nas escolhas do Brasil. O Movimento conta com diversos projetos como a Agroteca, uma biblioteca virtual, e o Projeto “Vivenciando na Prática”, que consiste em levar os estudantes para conhecer o trabalho nas fazendas e indústrias e já impactou 56 mil alunos e 929 professores.
Leticia destaca que para transformar a visão do agro através da educação, é necessário ensinar as crianças a questionarem a fonte de qualquer informação.
“A gente precisa de crianças que saibam fazer a pergunta correta, que elas tenham sempre uma pulguinha atrás da orelha e perguntar ‘será’? Será que é assim mesmo? Será que essa fonte está correta? Só assim teremos mudanças significativas”, disse.
Inovação para incentivar o futuro
O segundo debate trouxe o tema “Inovação como catalisadora do Agro”. O desafio de transcender as mudanças tecnologias e alinhar as estratégias e expectativas das novas gerações é o grande problema a ser resolvido no futuro do setor.
A inteligência artificial é outro tema urgente e relevante. Iona Tudor, diretora global de marketing da Syngenta Proteção de Cultivos, destaca que o uso de dados, por exemplo, deve ser uma moeda de troca e não uma imposição.
“Nós fizemos um levantamento com dados de produtores de sementes para saber como determinado cliente chegou a certo nível de qualidade da semente. Mas nós fizemos isso de forma transparente e o resultado foi que todos puderam comparar os procedimentos produtivos, ou seja, todo mundo ganhou”, destacou.
O ONE AGRO reuniu mais de 500 pessoas entre produtores rurais, técnicos, especialistas e autoridades.
Agrolink – Aline Merladete
Publicado em 10/06/2025 às 20:34h