A Coder conseguiu efetivar nessa terça-feira (18) o pagamento da folha salarial que estava em atraso dos seus trabalhadores (Foto – Wheverton Barros/Prefeitura)
Após mais uma paralisação realizada na manhã de ontem (18), os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder) receberam os salários atrasados e voltaram ao trabalho.
A mobilização tinha sido marcada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur) ainda na última quinta-feira (13), quando os trabalhadores paralisaram as atividades em protesto contra o atraso salarial.
Segundo o presidente do Sispmur, Reuber Teles Medeiros, os trabalhadores da companhia já estavam há 53 dias sem receber salários. “A prefeitura finalmente pagou os salários atrasados dos servidores da Coder, trazendo alívio e justiça para os trabalhadores que enfrentaram 53 dias de espera”, disse na tarde de ontem.
A Prefeitura confirmou que a Coder conseguiu efetivar o pagamento da folha salarial que estava em atraso dos seus trabalhadores. A regularização foi possível a partir da compra de um imóvel da Coder pela Prefeitura no valor de mais de R$ 14 milhões, autorizada na semana passada pelos vereadores.
A Prefeitura informou ainda que repassou ontem para a Coder o valor de entrada dessa compra, sendo R$ 4.670.285,40 – e o valor restante será pago em seis parcelas.
A área comprada da Coder fica na avenida Bandeirantes, sendo o valor da entrada destinado à empresa prioritariamente para liquidar folha salarial em atraso, férias e verbas rescisórias.“ESTUPRO”
Ainda na tarde de ontem, o prefeito Cláudio Ferreira se posicionou à imprensa sobre os problemas herdados na Coder. “Nós encontramos a Coder numa situação desoladora, com um rombo de R$ 262 milhões em dívidas. Infelizmente, ninguém fez nada para corrigir ou prevenir os danos irreparáveis que as outras gestões fizeram com a Coder, com os seus trabalhadores e a cidade de Rondonópolis”, desabafou.
Cláudio também destacou que a gestão pública, até então em Rondonópolis, era conduzida sem eficiência, publicidade ou transparência. “As finanças de Rondonópolis foram estupradas! A gestão era feita de qualquer jeito e o povo mais humilde e toda a cidade de Rondonópolis está pagando a conta dessa irresponsabilidade”, denunciou.
“É difícil acreditar que ninguém levantou a voz para enfrentar tanta injustiça com a cidade e com os trabalhadores da Coder, que nunca tiveram o seu FGTS pago. Deram um calote nos trabalhadores e, o pior, tem malandros de plantão com demagogia querendo fazer palanque às custas do suor desses trabalhadores”, lamentou.
Nesse contexto, o prefeito destacou que a nova gestão atua com responsabilidade e, dessa forma, honra todos os seus compromissos em dia. Além disso, reforçou que vem assumindo dívidas milionárias contraídas “irresponsavelmente” pelas gestões passadas, como na Coder.
Parcelamento da Dívida
A Prefeitura já havia afirmado nesta segunda-feira (17), que a intenção da atual gestão é atuar em prol da renegociação da dívida da Coder, que, inclusive, ficou sem certidão negativa junto à Receita Federal e impedindo o Município de contratar os serviços da empresa pública. Diante da situação, o prefeito revelou que existe a possibilidade de parcelamento de parte da dívida da Coder.
Mais de R$ 24 milhões vão ser gastos por ano para saldar essa dívida herdada na Coder. Para isso, o Município vai estar comprometendo mais de R$ 1,7 milhão todos os meses no pagamento das parcelas, o que corresponde a mais de 30% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Com o parcelamento de parte da dívida, o Município vai ter condições de contratar novamente com a Coder e ampliar os serviços prestados à população. (Com informações da assessoria)
Por A Tribuna. 19 de fevereiro de 2025
