Universidade do Mississippi descobriu que compostos de gengibre, canela e açafrão afetam algo importante em seu organismo. 12/05/2025 às 13:38 •
Veja alerta de pesquisadores norte-americanos para uso destas especiarias
Uma pitada de canela no seu mingau, uma pitada de açafrão no seu curry ou um toque de gengibre nos seus biscoitos – essas especiarias populares são itens básicos na cozinha em todo o mundo.Play Video
Por séculos, as especiarias não foram usadas apenas para dar sabor aos alimentos, mas também valorizadas na medicina tradicional indiana e chinesa por suas propriedades curativas. Mas algo tão inocente quanto uma colher de especiaria poderia interferir com sua medicação?
Há riscos no uso destes produtos?
Pesquisadores da Universidade do Mississippi identificaram que o consumo elevado de especiarias comuns como gengibre, canela e açafrão pode comprometer a eficácia de medicamentos prescritos. A pesquisa alerta sobre os riscos dessas interações, principalmente para pessoas que utilizam anticoagulantes, antidepressivos e medicamentos para diabetes.
Compostos ativos presentes nessas especiarias podem ativar receptores que aceleram a eliminação dos medicamentos do organismo. Cientistas identificaram o cinamaldeído como o composto da canela responsável por esse efeito durante testes laboratoriais.
As pesquisas sobre essas interações ainda estão em fase inicial. Os estudos da Universidade do Mississippi não foram aplicados em humanos, mas apresentam questões importantes sobre a interação dessas especiarias com medicamentos modernos.
Veja se você é uma das pessoas que tem que tomar cuidado
Pessoas que fazem uso regular dessas especiarias podem ser afetadas, especialmente aquelas que tomam anticoagulantes, analgésicos, antidepressivos, medicamentos contra o câncer e para diabetes. O risco está associado principalmente ao consumo em doses elevadas, sobretudo na forma de suplementos.
Os testes foram conduzidos em laboratórios da Universidade do Mississippi, onde pesquisadores analisaram como os compostos dessas especiarias interagem com medicamentos no corpo humano.
A Universidade Kingston também emitiu alertas sobre essas interações, destacando que elas podem ocorrer principalmente com anticoagulantes, medicamentos para diabetes e quimioterápicos. As interferências são mais comuns quando essas especiarias são consumidas como suplementos de alta dosagem do que nas pequenas quantidades utilizadas no preparo de alimentos.
O que há nessas especiarias?
Cada especiaria possui compostos específicos que podem causar diferentes tipos de interações. A canela contém cinamaldeído, eugenol e cumarina. O açafrão, também conhecido como cúrcuma, possui curcumina, reconhecida por seus efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. O gengibre apresenta o gingerol, composto que pode influenciar como o organismo processa medicamentos.
O tipo de canela também influencia nas possíveis interações. A canela cássia, comumente encontrada em supermercados, contém níveis mais elevados de cumarina, substância que pode prejudicar o fígado em doses altas. A canela do Ceilão, frequentemente rotulada como “true cinnamon,” originária do Sri Lanka, geralmente é mais cara, mas contém menos cumarina, sendo considerada mais segura para consumo regular.
Há uma quantidade segura de uso?
Não há definição precisa sobre qual seria a quantidade segura dessas especiarias para quem toma medicamentos regularmente. As informações sobre as interações do açafrão com medicamentos ainda são limitadas, com a maioria dos dados provenientes de estudos laboratoriais e em animais.
A partir desses estudos, recomenda-se que pessoas que tomam medicamentos regularmente consultem seus médicos sobre o consumo dessas especiarias, especialmente se pretenderem utilizá-las em grandes quantidades ou como suplementos. Para a maioria das pessoas, o uso de especiarias em quantidades culinárias típicas é considerado seguro.
“Uma leve pitada de canela em seu mingau provavelmente não causará problemas”, indicam os pesquisadores no estudo. O uso moderado dessas especiarias na alimentação diária é geralmente seguro. É importante ter cautela ao consumir qualquer suplemento à base de ervas em altas doses, especialmente para quem utiliza medicamentos como antidepressivos, remédios para pressão arterial, drogas quimioterápicas e certos antibióticos.