Conteúdo/ODOC – A juíza Ester Belém Nunes, da 1ª Vara Cível de Várzea Grande, rebateu o empresário André Miguel Pagnoncelli, que a acusou de abuso de autoridade e tentativa de fechamento do bar Cão Véio, empreendimento do chef e jurado do MasterChef Henrique Fogaça, em Cuiabá.
Segundo a magistrada, sua intervenção no episódio, ocorrido no último sábado (18), foi motivada exclusivamente pelo barulho excessivo.
“Eu moro ali do lado. Eram sete, oito horas da noite, eles colocaram um rock numa altura absurda. Eu moro no 15º andar, parecia que o rock estava dentro da minha casa. Estou com uma netinha de três meses, recém-nascida. Foi aquele pampeiro”, afirmou a magistrada em entrevista ao site Eh Fato.
Segundo Ester, outros moradores também reclamaram do som alto no grupo do prédio. Irritada com a situação, ela entrou em contato com a polícia para registrar a ocorrência.
A magistrada negou que tenha usado sua função para agir de maneira abusiva. “Eu fiz a denúncia para a polícia, me identifiquei e falei a respeito do barulho. Ele [o empresário] colocou como se eu quisesse fechar, como se eu tivesse mandado, mas é um absurdo o que ele falou. Eu só fui lá ver a atitude da polícia relativamente ao som”, disse.
A juíza criticou a postura de André e não descartou acioná-lo judicialmente. “Ele foi audacioso, irresponsável de ficar atacando um juiz. Eu fiz uma reclamação por causa do som alto, e ele quis virar o jogo, sendo que quem está errado é ele”, afirmou.
“Deram importância ao que ele falou porque é muito legal atacar um juiz. Ele está mentindo, é um mentiroso, e pode responder por processo”, concluiu.
Diante da repercussão, a Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso instaurou um procedimento para apurar o envolvimento da magistrada na confusão. Ester informou que ainda não foi notificada oficialmente devido às férias.