Conteúdo/ODOC – A Justiça reagendou, de novo, a sessão de julgamento contra a capitã do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur por suposto crime de tortura contra o ex-aluno Maurício Junior dos Santos.
O julgamento estava marcado para ocorrer nesta quarta-feira (29), às 14h, no Fórum de Cuiabá.
Essa é a segunda vez que o julgamento foi adiado. A primeira ocorreu no dia 17 de dezembro do ano passado.
A nova alteração da data foi autorizada pelo juiz Moacir Rogério Tortato, da 11ª Vara Criminal Especializada em Justiça Militar diante da impossibilidade, segundo ele, de os juízes militares comparecerem no julgamento.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o caso ocorreu em 2016 durante um treinamento aquático na Lagoa Trevisan, que tinha como instrutora responsável a então tenente Ledur.
Ele se tornou capitã recentemente em ato assinado pelo governador Mauro Mendes (União).
Nas alegações finais do processo, porém, o Ministério Público requereu a desclassificação do crime de tortura para maus-tratos.
Isso porque, segundo o MPE, “muito embora seja inegável” que Maurício foi exposto a “perigo de vida” pela conduta de Ledur, as provas produzidas não indicam “ com a segurança e certeza necessária”, que as agressões tenham causado sofrimento físico ou mental ao ex-aluno, como forma de aplicar de castigo pessoal.
Já a defesa de Ledur pediu que ela seja absolvida alegando que não há sequer provas do crime de maus-tratos.
Sustentou, ainda, que Maurício fraudou o edital do curso de formação ao omitir que é portador de hipertensão crônica.
Caso Rodrigo Claro
Esta é a segunda vez que Ledur responde processo por supostos abusos em treinamentos no Corpo de Bombeiros.
Em 2016, ela foi denunciada pelo crime de tortura contra o aluno Rodrigo Claro, que morreu após um treinamento aquático sob sua supervisão, na Lagoa Trevisan, naquele ano.
Em setembro de 2020, cinco anos após os fatos, a Justiça Militar, por maioria, desclassificou o crime de tortura para maus-tratos e a condenou a um ano de prisão.
Maurício dos Santos, inclusive, testemunhou contra a tenente sobre a morte de Rodrigo Claro.