Em mais uma ofensiva contra crimes digitais, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, com o suporte do Ministério da Justiça e da Polícia Civil do estado do Mato Grosso, deflagrou nesta semana a Operação Strick, voltada ao combate de crimes de estelionato e associação criminosa. Até o momento, seis pessoas foram presas.
Segundo a Delegada Luciane Bertoletti, a ação é o resultado de mais de um ano de investigações que revelou uma sofisticada rede criminosa interestadual especializada no golpe conhecido como “Falso Intermediário” — um esquema fraudulento que lesou quatro moradores da região metropolitana de Porto Alegre, especialmente da cidade de Canoas, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 300 mil.
Com o apoio de 60 policiais civis dos estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso, a operação cumpriu 24 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão temporária nas cidades de Várzea Grande e Cuiabá (MT). A ofensiva contou ainda com o apoio técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e do CIBERLAB, Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Além disso, a Polícia Civil do Pará participou desta ação coordenada, cumprindo dois mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão domiciliar, todos no Estado do Mato Grosso. Foi causado um prejuízo de R$ 150.000,00 à vítima paraense por meio de falsa intermediação na compra e venda de bovinos.
“Strick” pode remeter à palavra inglesa “strike”, que significa golpear ou atacar, o que transmite a ideia de uma ação contundente e coordenada das polícias contra grupos criminosos especializados em praticar fraudes interestaduais. Embora a grafia esteja diferente, a sonoridade e o sentido ainda remetem à força da Polícia Civil brasileira.
O Golpe do Falso Intermediário:
Segundo apuração da 3ª DP/Canoas, o golpe consiste em fraudes digitais que ocorrem, em geral, durante negociações de compra e venda de veículos.
O criminoso atua como se fosse um intermediário legítimo entre vendedor e comprador. Ele se apresenta como representante de um parente, amigo ou funcionário, oferecendo valores diferentes para cada parte. Quando o comprador realiza o pagamento — acreditando que está transferindo o valor para o verdadeiro dono do veículo — o dinheiro vai para a conta do estelionatário, que desaparece com o montante, deixando ambas as vítimas no prejuízo.
“O crime é engenhoso e cria uma falsa sensação de segurança para as vítimas. Por isso, é essencial que qualquer negociação, principalmente de veículos, seja feita com cautela, verificação de dados e, preferencialmente, presencialmente”, alerta a delegada Bertoletti.
“A Operação Strick representa mais um passo importante na luta contra o crime cibernético e os golpes virtuais, que têm se tornado cada vez mais frequentes no Brasil. A atuação conjunta entre forças de segurança reforça a necessidade de cooperação institucional para desarticular essas redes especializadas. O crime por meio do ambiente digital conecta vítimas de uma região com criminosos de todos os cantos do país. Atuar com inteligência, especialização investigativa e intercâmbio de informações é crucial para efetividade na responsabilização criminal dos autores “, explica o Diretor da 2ª DPRM/Canoas, Delegado Cristiano Reschke.