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Usina não cumpre acordo para reparação de danos ambientais e Defensoria move ação de R$ 500 mi


A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso ajuizou uma ação civil pública, com pedido de liminar, contra a Eletrobras Furnas, exigindo o cumprimento de obrigações socioambientais que afetam 600 famílias, há mais de duas décadas, decorrentes da instalação da Usina Hidrelétrica de Manso. 

A ação, movida após reiteradas tentativas de solução administrativa, de acordos e denúncias de descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2000, busca garantir a reparação dos danos ambientais e sociais causados pela obra, a emissão da titulação definitiva das terras para as famílias reassentadas e a implementação de programas essenciais como o de repovoamento do lago e regularização fundiária. 

O pedido foi encaminhado para o juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente da Comarca de Cuiabá, Carlos Frederico de Almeida, que encaminhou o processo para audiência de conciliação. A audiência deverá ser organizada pela Central de Conciliação e Mediação do Fórum de Cuiabá, reunindo a Defensoria Pública, a empresa Furnas, as associações das famílias e demais órgãos envolvidos, com o objetivo de buscar uma solução consensual para as pendências apontadas na ação. 

Beneficiários da ação – As cerca de 600 famílias foram reassentadas entre 1999 e 2000 em decorrência da construção da usina. Elas vivem até hoje em agrovilas localizadas nos municípios de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia, distribuídas entre os projetos de assentamento Quilombo, Água Branca, Barra do Bom Jardim, Ribeirão Água Fria, Mamede e Campestre. Essas comunidades enfrentam a ausência de titulação definitiva das terras, precariedade na infraestrutura do local e falta de apoio para atividades produtivas, mesmo após mais de 20 anos da remoção.

A defensora pública responsável pela ação, Sílvia Maria Ferreira, explica que o descumprimento das obrigações resultou em sérios prejuízos às famílias, que vivem em situação de vulnerabilidade desde a implantação do empreendimento. “Essas pessoas foram realocadas sem nenhuma segurança jurídica. Elas continuam lá, entretanto, sem o respaldo estrutural e social. Precisam da devida regularização de suas áreas, mas o que receberam foi o abandono institucional. Fizemos o pedido liminar, mas ele não foi analisado e agora, o tema será tratado em audiência de conciliação”, afirmou. 

No pedido de liminar da ação, a defensora solicitou que Furnas fosse obrigada a atualizar o processo de licenciamento ambiental da Hidrelétrica de Manso, realizar o monitoramento da ictiofauna com plano de piscicultura e comprovar o cumprimento das condicionantes socioambientais ainda pendentes, sob pena de multa diária e outras sanções legais. 

O representante da comunidade de agrovila Serra Azul, Adalto Tomaz, que colaborou com a ação por meio de relatos e documentação, destacou a insegurança vivida pelos reassentados. “Vivemos há mais de 20 anos sem saber se a terra é nossa, sem infraestrutura, sem apoio para plantar ou criar. Nada foi entregue como prometeram. Queremos apenas o que nos foi garantido lá atrás”, disse. 

A ação civil pública tem valor estimado em R$ 500 milhões e conta com a atuação do Ministério Público do Estado como fiscal da lei. A Defensoria Pública acompanhará o caso até que todas as obrigações sejam cumpridas.



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