Conteúdo/ODOC – A vereadora Katiuscia Mantelli (PSB) saiu em defesa da Câmara Municipal de Cuiabá após a deflagração da Operação Perfídia, que resultou no afastamento dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB). Em resposta a críticas que rotularam o Legislativo como “Casa dos Horrores”, Katiuscia enfatizou a necessidade de individualizar as responsabilidades.
“Casa dos horrores eu discordo. Existem vereadores dos horrores. A gente está aqui para trabalhar, nós temos pai e mãe de família na rua, inclusive fim de semana, dentro dos bairros, escutando a população. Então eu acho que a gente precisa pessoalizar e responsabilizar as ações e deixar de jogar isso tudo no coletivo”, afirmou a parlamentar.
A Operação Perfídia, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), investiga um suposto esquema de corrupção e recebimento de propinas relacionado à execução de obras públicas durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) . Apesar de ser a primeira ação policial desta legislatura, as investigações se referem a mandatos anteriores dos vereadores afastados. 
Katiuscia ressaltou que a população deve direcionar suas críticas aos parlamentares envolvidos e não à instituição como um todo. “A gente precisa responsabilizar as ações e deixar de jogar isso tudo no coletivo”, destacou.
Com os afastamentos, a Câmara Municipal deverá convocar os suplentes para ocupar as vagas deixadas por Chico 2000 e Sargento Joelson. A vereadora reiterou seu compromisso com a transparência e a ética no exercício do mandato.
Operação Perfídia
A Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29) pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), investiga um suposto esquema de corrupção envolvendo os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB). Segundo as investigações, os parlamentares teriam exigido propina de uma construtora responsável por obras no Contorno Leste de Cuiabá, em troca da aprovação de um projeto de lei que beneficiaria a empresa. 
A empresa em questão, HB20 Construções, possui um contrato de R$ 125 milhões com o município de Cuiabá para a execução das obras do Contorno Leste. De acordo com informações apuradas, os vereadores teriam solicitado pagamentos em dinheiro e por meio de transferências bancárias, com negociações ocorrendo dentro das dependências da Câmara Municipal. A Polícia Civil recolheu imagens das câmeras de segurança da Casa Legislativa para auxiliar nas investigações. 
A denúncia que deu origem à operação teria sido feita pelo atual prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), quando ainda exercia o mandato de deputado federal. Sargento Joelson, um dos alvos da operação e opositor político de Abílio, afirmou em nota que a denúncia partiu do prefeito e que ainda não teve acesso ao teor da investigação, que tramita em segredo de justiça.
Com o afastamento dos vereadores, a Câmara Municipal deverá convocar os suplentes para ocupar as vagas deixadas por Chico 2000 e Sargento Joelson. No caso de Sargento Joelson, o suplente é Gustavo Padilha (PSB). Já para a vaga de Chico 2000, o primeiro suplente é o atual secretário municipal de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Felipe Corrêa (PL). Caso Corrêa opte por permanecer no cargo executivo, o segundo suplente, Rafael Yonekubo (PL), deverá ser chamado.
