Conteúdo/ODOC – A Polícia Civil de Sinop descartou a hipótese de suicídio na morte de Janaina Carla Portela Santin, de 43 anos, encontrada sem vida na tarde de segunda-feira (16), dentro da casa onde morava, no Residencial Delta. O principal suspeito do crime é o marido da vítima, de 44 anos, que foi preso em flagrante por feminicídio.
A reviravolta no caso foi confirmada nesta terça-feira (17) pelo delegado Ugo Mendonça. Segundo ele, exames periciais e a necrópsia realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) indicam que a mulher não atirou contra si mesma, como havia declarado inicialmente o companheiro.
De acordo com o relato do investigado, ele teria sido surpreendido por Janaina, que estaria armada, e efetuado vários disparos contra ele, atingindo sua perna, antes de supostamente tirar a própria vida. Porém, o depoimento apresentou inconsistências e mudou ao longo das oitivas.
“Identificamos várias contradições, principalmente sobre ângulos e distâncias dos disparos. A perícia já havia notado, no local, a ausência de vestígios típicos de um tiro à queima-roupa, como ocorre em suicídios. Esses sinais também não foram encontrados durante a necropsia”, detalhou Mendonça.
Com base nos resultados técnicos e na apuração feita no local do crime, a Polícia passou a considerar que o próprio marido possa ter efetuado todos os disparos, inclusive aquele que atingiu sua perna, na tentativa de simular uma legítima defesa. “O ângulo do ferimento dele é compatível com um disparo autoinfligido, e ainda mais coerente considerando que ele é destro”, reforçou o delegado.
O delegado ainda afirmou que há indícios de que a cena do crime foi manipulada com o objetivo de forjar um suicídio. “A posição do corpo e a disposição dos elementos no ambiente indicam alteração posterior à morte. Acreditamos que ele tentou montar uma versão que inocentasse sua participação.”
O suspeito está detido e deve passar por audiência de custódia nas próximas horas. Para a Polícia Civil, há elementos suficientes para responsabilizá-lo pela morte de Janaina. O caso é tratado como feminicídio.