O delegado Flávio Leonardo Santana, responsável pela investigação que levou à prisão do médico e vereador de Canarana, Thiago Bitencourt lanhesBarbosa (PL), afirmou que o parlamentar usava uma adolescente de 15 anos para facilitar o abuso sexual de uma bebê de apenas dois anos de idade.
De acordo com o delegado, Thiago, de 40 anos, mantinha a adolescente em situação de “escravidão sexual” e a utilizava como instrumento para abusar da criança.
“Ela era obrigada a participar e permitir os abusos praticados contra a criança. É um caso que envolve manipulação, violência e perversão. O conteúdo apreendido comprova a gravidade das acusações”, disse Flávio Leonardo.
O vereador foi preso em flagrante no sábado (31) durante operação policial que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência e consultório.
Foram encontrados materiais de pornografia infantil, inclusive registros dos abusos.
No domingo (1), a Justiça converteu a prisão em preventiva, após audiência de custódia. A decisão é do juiz Carlos Augusto Ferrari. O processo corre em segredo de Justiça.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) também instaurou, de ofício, uma sindicância para apurar a conduta do médico.
Além da acusação criminal, Thiago Bitencourt também responde a uma ação de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público, por enriquecimento ilícito enquanto atuava como médico na rede pública. Ele teria recebido integralmente salários mesmo sem cumprir a carga horária exigida, causando prejuízo estimado em R$ 36 mil aos cofres públicos.
Desfiliado do PL
O Partido Liberal suspendeu preventivamente a filiação de Thiago e anunciou que irá iniciar o processo de sua exclusão dos quadros partidários.
A presidente do PL Mulher em Mato Grosso, Gislaine Yamashita, afirmou que ele “não representa a direita” e defendeu sua expulsão imediata.
A Câmara Municipal de Canarana e o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) ainda não se manifestaram sobre o caso. A investigação segue sob sigilo judicial.