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MP contesta soltura de PMs investigados por morte de advogado e falso confronto


O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio das Promotorias de Justiça integrantes do Núcleo de Defesa da Vida da Capital, interpôs recurso em sentido estrito contra a decisão da 14ª Vara Criminal de Cuiabá que revogou a prisão preventiva de quatro policiais militares acusados de envolvimento em homicídios qualificados e tentativa de homicídio, além de crimes conexos. 

Os réus – Wekcerlley Benevides de Oliveira, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso e Wailson Alesandro Medeiros Ramos – são apontados como responsáveis pela execução de Walteir Lima Cabral e pela tentativa de homicídio contra dois adolescentes, em um suposto confronto ocorrido em julho de 2024. Segundo o MPMT, perícias técnicas comprovaram que o confronto foi simulado, com uso de armas da própria corporação para forjar a cena do crime. 

 “Os elementos probatórios reunidos demonstram de forma inequívoca que não houve confronto real, mas sim uma execução deliberada seguida de inovação artificiosa da cena do crime. A perícia balística comprovou que os projéteis e estojos encontrados na cena foram disparados exclusivamente pelas armas dos próprios policiais denunciados, e não pelas armas supostamente em posse das vítimas. Esta constatação técnica, estabelecida através de laudo constitui elemento irrefutável que demonstra a simulação do confronto policial”, destacam os membros do MPMT. 

 A decisão judicial que concedeu liberdade provisória aos acusados foi proferida em 29 de maio de 2025, mediante imposição de medidas cautelares. No entanto, o Ministério Público de Mato Grosso sustenta que a gravidade concreta dos crimes, o modus operandi dos agentes e os fortes indícios de organização criminosa justificam a manutenção da prisão preventiva. 

Entre os elementos apresentados no recurso estão laudos periciais balísticos que vinculam a arma utilizada no suposto confronto ao assassinato do advogado Renato Gomes Nery, além de mensagens extraídas de celulares dos réus que indicam tentativa de obstrução da justiça e coordenação de versões entre os envolvidos. 

“Os sete estojos de munição calibre 9mm e o projétil coletados na cena do homicídio do advogado foram disparados pela mesma pistola posteriormente “plantada” no confronto simulado”, destacaram os promotores. 

Operação Simulacrum – no recurso os promotores lembram ainda que Jorge Rodrigo Martins e Leandro Cardoso também figuram como réus no processo referente a Operação Simulacrum, por integrarem uma organização criminosa responsável pela morte de dezenas de vítimas, “sempre sob o “manto” de confrontos forjados, revelando uma cultura que, ao longo dos anos tem se traduzido em índices escandalosos de letalidade policial, a merecer estrita atenção do Sistema de Justiça”. 

Um relatório técnico referente ao aparelho celular de um dos réus revelou ainda a existência do um grupo de WhatsApp que incluía como participantes os quatro policiais militares. As conversas no grupo evidenciaram clara tentativa de combinação de versões e obstrução da justiça. “Há orientações explícitas sobre depoimentos, demonstrando coordenação para manter versão uniforme baseada no Boletim de Ocorrência”. 

O MP argumenta que a liberdade dos acusados representa risco à ordem pública e à instrução criminal, especialmente diante da posição funcional dos réus e da influência que exercem no meio policial. O órgão requer a reforma da decisão e o restabelecimento da prisão preventiva dos envolvidos. 

Assinam o recurso os promotores de Justiça Vinicius Gahyva Martins, Rinaldo Segundo, Samuel Frungilo, Rodrigo Ribeiro Domingues e a promotora de Justiça Élide Manzini de Campos. O caso segue em tramitação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. 



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